Trade turístico

Ao longo dos últimos anos muito tem se falado em trade turístico como uma espécie de organismo que a todos representa e que teria o condão de traduzir as opiniões, as aspirações, às necessidades, enfim toda a serie de particularidades que envolvem a atividade turística em nossa cidade e no nosso estado.
Também encontramos referências a trade turístico de Florianópolis, de Santa Catarina e mesmo trade turístico nacional, ou seja, representativo de toda a atividade turística desenvolvida em nosso país.
Entretanto veremos que são opiniões que na verdade exprimem o pensamento de alguns, às vezes até mesmo da imprensa que gosta de usar o termo como interpretação de opiniões abrangentes.
Mas o que ocorre na pratica é que raríssimas vezes alguns segmentos representados por suas entidades de classe se reúnem para expressar alguma opinião, fazer alguma reinvidicação ou até mesmo para reclamar de atitudes tomadas pela esfera pública.
Então ficamos assim, quando o assunto diz respeito à Florianópolis, chamam de trade turístico da capital, quando o assunto é da esfera estadual chamam de trade turístico catarinense e se o assunto é de interesse de todo o país, denominam de trade turístico nacional.
Tudo muito bonito, muito prático, politicamente correta a atitude, mas que na verdade e na grande maioria das vezes, são apenas alguns poucos, até em atitudes isoladas que se expressam no nome de todos, sem que esses tenham a menor idéia do que esta se passando.
Pensamos que se o assunto realmente fosse levado a sério, deveríamos reunir as entidades interessadas na área do turismo para que pudéssemos organizar o trade de maneira que ele realmente existisse de verdade e que a sua representação se fizesse valer por existir um cunho jurídico legal, um foro consolidado, uma representação baseada em parâmetros colhidos pela participação dos verdadeiros interessados.
O que se observa hoje em dia é que o termo “trade” virou símbolo de expressão de uma determinada parcela da sociedade com atividade econômica na área do turismo, que não raras vezes, se expressa por entidades individualmente, mas usando indevidamente o termo trade, querendo com isso fazer crer que se expressa em nome de todas as entidades do setor.
Esta na hora de assumirmos as verdadeiras identidades dos segmentos representados, para que realmente estejamos falando a mesma linguagem.
Para isso seria necessário darmos uma feição se não jurídica pelo menos administrativa, no sentido de criarmos um estatuto em forma de normas, para que com isso as entidades participantes legalmente se expressassem por intermédio de um organismo que os representassem adequadamente.
Temos que urgentemente corrigir esse modismo para que no futuro não sejamos cobrados por aquilo que não queríamos, mas que alguns assumiram por conta própria, mas em nome de uma maioria, da qual não detinham representação.

Estanislau Emilio Bresolin
Advogado e Presidente da Fhoresc.