Balneabilidade e Água Potável

Em um estado, cidade ou mesmo uma localidade que se queira turismo é necessário e fundamental que tenhamos infra-estrutura. Para essa condição precisamos de bom acesso, por terra, ar ou mar, além de hospedagem e alimentação, dignas do que se espera ou da expectativa que se criou. Mais, a infra-estrutura avança para as condições de obras publicas nas áreas de saúde, educação, segurança, saneamento, água, luz, telefonia, etc…

No quesito Água potável o estado de Santa Catarina tem apresentado problemas de longa data e infelizmente ainda não temos essa fatura liquidada. A nossa CASAN ainda agora, antes da temporada saiu denunciando publicamente através da imprensa alguns hotéis que mantinham poços artesianos e estavam deixando de consumir o seu produto. E o que se viu no início da temporada foi que faltou água, aconteceu uma correria atrás de caminhões pipa, salvo aqueles que por prudência tinham seus poços artesianos a jorrar tão precioso líquido. O que esta acontecendo na Praia Brava em Florianópolis sem sido alvo de ações judiciais, uma situação deveras preocupante.

Precisamos criar mecanismos que nos dêem maior tranqüilidade, tais como, aproveitamento de águas das chuvas e mesmo reaproveitamento das águas servidas para serem usadas novamente. Incentivo para que novas construções ou mesmo aquelas que tenham condições, possam desenvolver obras que produzam esse aproveitamento de canalização de águas de chuvas ou o referido reaproveitamento de águas usadas.

Na área do saneamento, como tem acontecido ao longo dos últimos anos, sempre que chega a alta temporada, a FATMA aponta locais impróprios ao banho com os chamados “relatórios de balneabilidade”. É valido, importante, serve de informação e alerta para a população e turistas em geral, mas fica uma grande preocupação? Aonde vamos chegar? Sabem quantas praias a FATMA listou com impróprias para o banho ao final de fevereiro último? Exatamente 59 áreas poluídas, só em Florianópolis 22 locais. Aparecem pontos que chamam grande atenção como, por exemplo: “Praia Brava – costão sul e no riacho”, “Praia de Canasvieiras – em frente à Rua das Flores”, “Praia de Jurerê – em frente à Rua Luis Rampa”, “Praia dos Ingleses – à direita do Rio Capivari, em frente ao salva vidas, à Rua da Igreja e em frente à Rua do Siri” e seguem outras mais.

São os seguintes os municípios praianos com praias poluídas ou impróprias para banho: Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Balneário Camboriu, Barra Velha, Biguaçu, Bombinhas, Florianópolis, Imbituba, Içara, Itapema, Navegantes, Palhoça, Penha, Porto Belo, São José e São Francisco do Sul.

Ora, não podemos e não devemos continuar com essa escalada rumo à degradação geral e total dos balneários de um estado que se pretende turístico. Louve-se o trabalho da FATMA, mas de que adianta alertar, se o trabalho não tem continuidade, fica sem seqüência, restringe-se apenas a tirar e colocar balneários nesta lista negra.
Precisamos achar os culpados e acima de tudo resolver os problemas crônicos existentes nestes locais.

Por obvio a explosão imobiliária deve ser a grande vilã dessa história, então devemos criar regras de construções, exigirmos dos empresários da construção civil, dos empresários do setor turístico, investimentos que lhe são pertinentes para que não ocorra desequilíbrio com o meio ambiente, mas, sobretudo exigirmos do poder público a tarefa que lhe cabe com os investimentos na área de saneamento ambiental, pois não raras vezes é ele que por falta de planejamento ou mesmo vontade política deixa a todos ao deus dará.

Ou o governo toma a frente e resolve os problemas ou então ficará com a triste incumbência de ficar trocando placas de impropriedade de balneário em balneário.

Estanislau Emilio Bresolin
Presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes,
Bares e Similares do Estado de Santa Catarina