Números comparativos do turismo

O Rio Grande do Norte acaba de divulgar seus números do turismo com base no ano de 2006 e comparativos ao ano de 2002, publicados no jornal Diário de Natal de 25 de abril. São números interessantes que nos remetem a análises da atividade turística em nosso Estado.
Vejamos os resultados apresentados fazendo um paralelo com os números de Santa Catarina, divulgados recentemente pela Santur com relação à demanda turística da temporada 2006/2007.
O Turismo potiguar recebeu 2.186.880 turistas no ano de 2006, sendo 1.887.718 brasileiros e 299.162 estrangeiros, representando um acréscimo de 103% com relação aos estrangeiros que visitaram o RN em 2002.
Só na última temporada SC recebeu 3.166.028 turistas, dos quais 221.005 vieram de fora do país. Sendo que os nossos estrangeiros representam um acréscimo de 39,43%. Já com relação aos brasileiros, o Rio Grande do Norte cresceu 47,85%, e em Santa Catarina o crescimento foi de 47,17% com relação aos números de 2002.
A receita do ano de 2006 do turismo potiguar foi na ordem de US$ 578.744.538, pouco mais de meio bilhão de dólares. Em Santa Catarina, os números divulgados referentes à última temporada demonstram um valor na ordem de US$ 777.118.290, sendo que em 2006 foi de US$ 605.536.293 e na temporada de 2005 a receita do turismo foi de US$ 505.829.870.
No Rio Grande do Norte, a permanência média dos turistas nacionais era de sete dias e passou no ano de 2006 para 8,82 dias. Os turistas estrangeiros que permaneciam em média 9,41 dias no estado norte-riograndense saltaram para 13,24 dias. Isso corresponde a um acréscimo de 40,70% na média de permanência dos turistas estrangeiros, mais cobiçados por gastarem mais.
Em Santa Catarina nossos números demonstram que estamos baixando a média de permanência, pois em 2002 os brasileiros permaneciam em média 9,75 dias e na última temporada a média foi de 8,10 dias, um decréscimo de 16,9%. A média de permanência dos estrangeiros era de 12,43 dias em 2003 e na última temporada foi de 11,40 dias, uma queda de 8,25%.
O mais interessante de observar é exatamente a questão dos gastos diários, pois é aqui que medimos a poder aquisitivo do turista que nos visita.
Os números do Rio Grande do Norte apontam um gasto médio diário dos brasileiros na ordem de US$ 20,16 em 2002 e de US$ 37,51 no ano passado, os estrangeiros que deixavam em 2002 US$ 49,95 avançaram para US$ 72,70 diários em 2006.
Os números em Santa Catarina também são crescentes: os brasileiros deixavam em torno de US$ 13,43 por dia em 2002 e agora na última temporada este número cresceu para US$ 29,00. Os estrangeiros que em 2002 gastavam diariamente US$ 19,71, consumiram uma média de US$ 33,92 por dia agora na temporada de 2007.
O que parece ficar claro é que precisamos melhorar e muito a nossa infra-estrutura, para que possamos atrair também o turista de melhor poder aquisitivo, pois o turista brasileiro que vai ao nordeste gasta em média 30% mais do que em Santa Catarina e o turista estrangeiro, e no nordeste os argentinos não prevalecem como aqui, gasta aproximadamente 114,32% a mais, ou seja, um número maior que o dobro do que gasta em nosso estado.
Significa dizer que, se o turista que freqüenta o nordeste viesse para cá, poderíamos ter uma receita de mais de um bilhão de dólares com o mesmo número de turistas que tivemos.

Estanislau Emilio Bresolin
Presidente da FHORESC
2º Vice Presidente da CNTur e Advogado