SÉCULOS DE HOTELARIA

O hoteleiro ou a hotelaria tem a sua historia intimamente ligada às tabernas, isso lá pelos idos do século XII. Tem quem prefira contar a historia da hotelaria a partir dos primórdios dos jogos olímpicos, em 776 a.C. ou no século IV a.C., quando Roma governava a Itália Central, onde se expandiu a construção dos caminhos para que os homens transitassem, tendo a necessidade de hospedagem, que acontecia em casas particulares, templos ou acampamentos.

Atribui-se ao termo “hostellum” a primeira referencia a hotelaria, sendo que indicava, na época do império Romano, forma de palacete em que rei e os nobres se hospedavam em suas viagens. A fama da hospedaria dependia do luxo oferecido aos hóspedes. Desde o seu início a hotelaria mostrava a tendência para a venda de mordomias. Encontramos a seguinte citação: “Os primeiros estabelecimentos de hospedagem com o propósito exclusivamente comercial surgiram no final da Idade Média na Europa. Eram as tabernas e as pousadas. LA TORRE (1982, p. 12)”. É conhecido que a França foi o primeiro país a regulamentar essa atividade no século XIII e a Inglaterra no século XV. Nessa época então, os londrinos que se chamavam hospedeiros passaram oficialmente a ser hoteleiros. A relação da hotelaria com os restaurantes tem origem também no século XIII quando surgem as tavernas e os cabarés, sendo que as tabernas além de hospedar vendiam comidas e bebidas e os cabarés apenas bebidas. Há registros da existência nesse século de cerca de 90 tabernas em Paris. Como já frisamos anteriormente uma hospedaria para conseguir se destacar e criar fama dependia fundamentalmente do luxo com qualidade de serviços, que poderia oferecer aos seus hóspedes. Portanto é possível concluir que a hotelaria desde os seus primórdios se caracterizou por oferecer serviços de qualidade e o que se chama de mordomias.

No Brasil a história da hotelaria começou no século XVIII, mais precisamente no Rio de Janeiro e a seguir em São Paulo. Inicialmente surgiram as estalagens que foram à origem da hotelaria Brasileira.

O hoteleiro sempre foi e será aquele que toma conta do seu negocio pessoalmente, diferente do dono de hotel que nem sabe o que se passa com os hospedes ao contrario do hoteleiro que não raramente se torna conhecido e até amigo dos que lhe dão a honra da hospedagem. Hoje sabemos que impera a empresa hoteleira, sem o que se chama de “a cara do dono”.

Uma das principais características de um hotel é o seu funcionamento de forma continua e ininterrupta, ou seja, um hotel funciona 24 horas por dia, em todos os dias do ano, em todos os anos. Na hotelaria costuma-se dizer que o hotel só abre a porta uma única vez, pois a seguir se tiver que fechar as portas, será porque não estará mais funcionando.

Os seus trabalhadores, assim como em outras atividades, têm sempre bem presente que na folga dos outros, ou nos feriados é quando ele mais trabalha, pois precisa colocar tudo em ordem para o lazer daqueles que lá se hospedam.

Aqueles que pensam em comemorar o natal, o réveillon, o carnaval e outros feriados ou feriadões, decididamente não conseguiram se adaptar ao funcionamento de um hotel, pois como afirmamos, enquanto a grande massa de hospedes se diverte é necessário um hotel com sua equipe preparada para atendê-los, sem pensar na sua própria comemoração ou descanso.

Um Hotel, ao contrário de outros tipos de empresas, tem sua produção restrita à sua dimensão física. Um produto altamente perecível, com duração exata de um dia. Diária não vendida hoje também não poderá ser aproveitada nunca mais. É como se ao final de cada dia, as mercadorias não vendidas, fossem jogadas fora, destruídas. O hotel é como um espetáculo em cena e o hoteleiro é o seu animador, para trazer ao espectador tudo funcionando com harmonia, elegância e requinte.

 

Estanislau Emilio Bresolin

Presidente da FHORESC e 2º vice da CNTur